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segunda-feira, 29 de junho de 2009

Carpe Diem.


Não sou, de fato, uma pessoa que pode ser considerada "normal". Deduz-se, então, que não penso sobre coisas comuns. Meus pensamentos nestes últimos dias, andaram vagando por um tópico considerado uma icógnita: A morte. Como cheguei aí, não sei. Talvez a notícia da súbita morte de Michael Jackson tenha me chocado mais do que eu mesma tenha percebido.

Não, eu não era uma das suas maiores fãs. Confesso que gostava de algumas de suas músicas, mas definitivamente não sou o que podem considerar como fã. Por que, então, fui tão afetada pela sua morte inesperada? Pelo adjetivo. Pelo "inesperada" que termina essa frase. Foi isso que me fez começar uma profunda reflexão a respeito do assunto.

Pode não ser a melhor referência quando se fala de um tópico sério, mas, quando penso em morte, meus pensamentos disparam imediatamente para o filme Piratas do Caribe. Mais especificamente para uma cena em que Davy Jones aproxima-se de Jack Sparrow e lhe pergunta "Você teme a morte?". Jack responde "Você não sabe o quanto".

Por que razão as pessoas temem a morte? E quem sou eu para perguntar isso? Não posso dizer que temo a morte, mas, ao mesmo tempo, não me agrada pensar em morrer. Não tenho medo da dor que vá sentir ou do que vou encontrar "do outro lado"... Na verdade, uma parte da minha angústia está, sim, nesse ponto. Tenho medo de tornar-me nada, de não mais existir.

Mesmo assim, não é isso que mais me incomoda. O que me dói é pensar na dor que minha morte causaria às pessoas que me consideram importantes. Me dói pensar em ter que deixar os meus amigos, a minha família. Uma das minhas frases favoritas diz "Viva todos os dias como se fosse o último... Um dia você acerta!".

Por que gosto tanto dessa frase?

Não só pelo humor, mas também pela sua filosofia. Carpe Diem. Seize the day. Aproveite o dia. É isso que deveríamos fazer diariamente: Dizer "eu amo você" para as pessoas que nos são importantes. Pedir perdão com sinceridade à alguém, por menor que tenha sido o erro. Perdoar aqueles que nos pedem perdão, independente da gravidade seu erro. Tomar um banho de chuva, esquecendo as consequências. Sair com os amigos sem um programa definido, talvez apenas para andar, conversar e rir. Roubar um beijo de alguém especial. Dizer "bom dia" para um desconhecido. Dar um abraço apertado em cada membro da família, em cada amigo.

Não deixar nada sem ser dito ou feito.

Por que não fazemos isso diariamente? Por que só damos valor às melhores coisas da vida quando as perdemos? Não vou mentir dizendo que todos os dias, faço tudo o que tenho vontade de fazer sem me preocupar com o amanhã. Não o faço e muitas vezes me arrependo por isso. Já me comprometi, no entanto, a tentar parar de deixar as coisas para "amanhã". Afinal, como diria Pitty:

"Não deixe nada pra depois, não deixe o tempo passar... Não deixe nada pra semana que vem porque semana que vem pode nem chegar!"

Sugestão. (:


Hoje eu - finalmente, após muitas recomendações - assisti o filme Um Amor Para Recordar (A Walk To Remember).

Para quem nunca assistiu, o filme fala do jovem e popular Landon Carter (Shane West) que, após uma brincadeira de mau gosto, recebe como punição participar do projeato teatral do colégio. E é lá que ele conhece Jamie Sullivan (Mandy Moore), a filha do pastor. Com o tempo, Landon termina apaixonando-se por Jamie que, por razões pessoais, tenta afastar o garoto... Mas termina apaixonando-se também.

Um filme muito bonito, com uma história linda e uma excelente trilha sonora. E é pela trilha sonora que estou aqui. Claro que recomendo o filme! Sugiro que quem nunca o viu, gaste duas horinhas do seu dia assistindo-o. Vale a pena. Mas é uma música em especial que eu gostaria de sugerir. O seu nome é Someday We'll Know e ela é cantada por Mandy Moore com Jonathan Foreman.

E é com a letra dessa música que eu me despeço de vocês por hoje.
Beijos,
Becca.


Someday We'll Know (Mandy Moore feat. Jonathan Foreman)

[Mandy] Ninety miles outside Chicago
Can’t stop driving I don’t know why

So many questions, I need an answer

Two years later you're still on my mind

[Jonathan] Whatever happened to Amelia Earheart?
Who holds the stars up in the sky?

Is true love just once in a lifetime
?

[Both] Did the capitain of the Titanic cry?

Chorus 1:
[Both] Someday we'll know
[Mandy] If love can move a mountain
[Both] Someday we'll know
[Jonathan] Why the sky is blue
[Both] Someday we'll know
Why I wasn't meant for you...

[Mandy] Does anybody know the way to Atlantis?
[Jonathan] Or what the wind says when she cries?
[Mandy] I'm speeding by the place that I met you
[Both] For the ninety-seventh time...Tonight

(Chorus 1)

Chorus 2:
[Both] Someday we'll know
[Jonathan] Why Samson loved Dalilah
[Both] One day I'll go
[Mandy] Dancing on the moon
[Both] Someday you'll know
That I was the one for you...

[Both] Open up the world
[Mandy] I bought a ticket to the end of the rainbow
[Jonathan] Watched the stars crash in the sea
[Mandy] If I can ask God just one question
[Both] Why aren't you here with me tonight?

(Chorus 1 and 2)


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Três vivas para o que todos temos em comum...

... as diferenças!


As diferenças fazem parte do mundo, isso é inegável. Sem elas, o que seria do nosso mundo? Um lugar em que todas as pessoas teriam exatamente as mesmas idéias, opiniões, gostos, habilidades? Um mundo sem evolução. Sim, um mundo que nunca mudaria, nunca evoluiria.

Se duas pessoas sentam para discutir um projeto tendo exatamente as mesmas idéias, existe alguma chance de o projeto melhorar? Não.

Assim seria o nosso mundo: Um mundo onde ninguém contestaria, ninguém apontaria defeitos, as idéias não poderiam ser melhoradas, as teorias não poderiam ser derrubadas, nenhuma nova porta se abriria. As diferenças são necessárias para que o mundo cresça. Por que, então, as pessoas consideradas diferentes são condenadas?

De onde vem a idéia absurda de que cor, sexo, opção sexual, religião, estilo fazem uma pessoa ser melhor ou pior do que a outra? De que importa, no final das contas, se uma pessoa é negra, branca, amarela ou azul com bolinhas roxas? Por que ainda existem pessoas que acreditam que heterossexuais são melhores que homossexuais, que os homens tem mais direitos que a mulheres, que a católica é a melhor religião, que os emos devem ser excluídos?

O mundo evolui cada vez mais. A cada dia um novo passo é dado. Doenças e curas são descobertas, viagens para lugares cada vez mais distantes são realizadas com velocidade maior e maior segurança, computadores e celulares mais modernos são criados. Tudo avança. Tudo cresce.

Por que, então, algumas pessoas continuam com a mentalidade tão terrivelmente atrasada?

Uma pessoa tem o direito de ser homossexual. Tal pessoa não tem o direito de pedir a um heterossexual que ele entenda o motivo da sua opção, mas tem o direito de ser respeitada. Uma pessoa não vai se tornar mais ou menos honesta por gostar de pessoas do mesmo sexo, por ter piercings e tatuagens, por ter a pele mais ou menos escura.

O caráter de uma pessoa não está ligado à religião que ela segue ou ao seu sexo.

O mundo avança e a mentalidade retrocede. É esse o nosso mundo? Um mundo onde não podemos ser nós mesmos sem que alguém nos condene por esse motivo? Um mundo onde temos que usar máscaras para sermos aceitos? Um mundo com barreiras separando religiões, etnias, sexos?

Um mundo onde as pessoas cada vez mais pregam a igualdade e não a praticam?

Está na hora de as pessoas abrirem os olhos para a realidade. O mundo não cresceria se as diferenças não existissem. Todas as pessoas tem direitos iguais independente das suas escolhas. Todas as pessoas tem direito a respeito, não importa de quem, não importa a quem.

Viva a diferença!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O poder de um sorriso.

Vamos contar uma história, sim? Uma história de amor. Mas estou cansada dessas histórias de amor tradicionais, românticas, lindas, perfeitas... E sem um pingo de realidade. Quero uma história real, que possa acontecer com qualquer um... E que normalmente aconteça. Uma história sem destino conspirando para que o mocinho e mocinha acabem juntos. Uma história sem vilões irreais. Uma história sem ocasiões impossíveis.

Quero uma história de amor real. Por mais impossível que isso possa parecer. Vamos, então, tentar construi-la.

Sem era uma vez. Era uma vez é algo muito velho, batido, sempre introduz contos de fadas... Que também, infelizmente, não podem ser considerados um exemplo de realidade. Digo isso como a garota que passou preciosos anos da vida esperando que o príncipe encantado aparecesse montando em um cavalo branco e se decepcionou ao perceber que não apareceu nem um bobo da corte montado em um jegue.

E lá estava ela. A garota. Simplesmente a garota, sem nome, sem nada de especial... As características mais normais possíveis, encontradas na maioria da população. Ou talvez ela fosse especial simplesmente por ser daquele jeito. Não sei dizer, tudo depende do ponto de vista. De qualquer forma, lá estava ela, sentada no ponto de ônibus.

O jornal aberto repousava com tranquilidade em seu jeans claro, mais um crime estampado em suas páginas. Assassinato? Sequestro? Assalto? Ela não sabia dizer, sua cabeça tombada para o lado, os olhos cerrados, a respiração tranquila. Dormia, recuperando o sono que não pudera ter à noite.

Barulho. Confusão. Gritos... Comemoração? Um tapa em seu ombro. Ela abriu os olhos, aturdida, levantando-se de um salto do banco e deixando o jornal escorregar do seu colo até parar na calçada suja sob seus pés. O ônibus chegara. Ajeitou rapidamente a alça da mochila em seu ombro e adiantou-se, esperando a sua vez de adentrar o veículo.

Caminhou sem pressa até um banco qualquer, sentando-se perto da janela e deixando o olhar perder-se na paisagem. Uma bela paisagem? Não. Desconhecida? De modo algum. Era quase a mesma paisagem que ela via da janela do seu quarto. Era a mesma coisa que ela via todos os dias, não importando onde estivesse: Prédios altos e acinzentados, o céu escondido sob uma densa nuvem escura, as calçadas sujas. Mulheres caminhavam rapidamente, puxando crianças pequenas pelas mãozinhas para que se apressassem. Carros passavam a toda velocidade, dirigidos por homens e mulheres de ternos e gravatas, atrasados para mais alguma importante reunião.

Não era nada novo. Não era nada importante. Não era nada que que gostaria de ver. Soltou um suspiro profundo que embaçou o vidro onde ela apoiava a cabeça. Ignorou. Ergueu as mãos e coçou os olhos, finalmente voltando o olhar para os outros assentos do ônibus e seus ocupantes. Estava cheio, como todas as manhãs. Buscou rostos conhecidos ou interessantes, como fazia todos os dias... Gostava de imaginar de onde vinham aquelas pessoas, o que faziam da vida, quais os seus nomes, se tinham famílias. Não sabia porquê, apenas gostava.

Encontrou um senhor sentado um pouco a frente. Ele estava ali todos os dias, assim como ela. Mesmo assim, nunca haviam conversado. Era esse o mundo onde eles viviam, um mundo onde vizinhos podiam não se conhecer, pessoas que se viam todos os dias podiam nunca ter parado para dizer um mero "Bom dia".

Outra senhora que também via todos os dias lhe acenou brevemente do outro lado do veículo. Ela retribuiu o aceno, dando-lhe também um sorriso gentil. Haviam conversado umas duas vezes e a senhora era bastante simpática. Hoje, no entanto, parecia completamente absorta em uma conversa com um jovem que ela nunca vira ali antes. Deveria ter pouco mais que a sua idade, mas a expressão cansada lhe dava um ar mais velho.

Continuou a correr o olhar pelo ônibus até que olhos atentos encontraram os seus e os prenderam. Não era como se houvesse algo demais naquele olhar, algo inusitado, algo que ela jamais vira... Não. Era igual a todos os outros. Olhos comuns, de uma cor comum, com um brilho cansado, mas ao mesmo tempo esperançoso, absolutamente normal. Seus cabelos também não eram esquisitos, coloridos... Eram normais. Assim como seu rosto, de um formato bonito, mas encontrado em tantas outras pessoas. Era um rosto bonito, com olhos bonitos, lábios bonitos, nariz bonito, cabelos bonitos... E comuns.

A única coisa que realmente prendeu a sua atenção foi o sorriso. Seus dentes não eram os mais brancos e eram ligeiramente tortos, cobertos por um aparelho de uma cor suave. Mas ali estava ele, o mais importante, o mais incrível: O sorriso. Um sorriso que iluminava todo o seu rosto, tornando-o mais bonito, fascinante, e transmitindo um brilho alegre aos seus olhos.

Ela sorriu de volta com facilidade, quase como se aquele sorriso estivesse o tempo inteiro esperando para sair. Há quanto tempo não encontrava uma pessoa como aquela? Alguém que, mesmo sem conhecê-la, lhe dirigisse um sorriso simpático, sincero... Um sorriso interessado. Um sorriso de alguém que gostaria de sentar ao seu lado e ouvi-la. Alguém que talvez, e apenas talvez, pudesse lhe dar um ombro para chorar e um abraço reconfortante. O sorriso dele se alargou, transformando-se em um risada baixa. Ela também riu. Como era fácil rir com ele.

Mesmo que não tivessem trocado uma palavra.

O ônibus parou com um solavanco, fazendo com que o seu corpo fosse arremessado em direção ao assento da frente. Colocou as mãos na frente do rosto para protegê-lo do impacto, sentindo as palmas das suas mãos arderem. Assim que recuperou-se do susto, voltou o olhar para o garoto... Mas onde estava ele?

Correu os olhos por todo o veículo, sem conseguir encontrá-lo. Por um instante, cogitou a possibilidade de ter cochilado e imaginado toda a cena, a troca de olhares, os sorriso cúmplices, as risadas sinceras. Teria ela sonhado? Desviou o olhar para a janela, encontrando, com surpresa, os mesmos olhos que vira apenas alguns minutos atrás...

Seu sorriso, no entanto, era diferente. Quase triste, ligeiramente culpado, como se não quisesse ir embora. Era, no entanto, necessário. Deu de ombros, acenando brevemente com uma das mãos, a outra segurando a alça da mochila que pendia de forma despreocupada do seu ombro. Lançou-lhe um último olhar por cima do ombro e afastou-se ao mesmo tempo em que o ônibus voltava a acelerar.

E lá se fora ele, o único sorriso sincero que ela fora capaz de encontrar naquela fria selva de pedra.


Talvez o final não seja o mais feliz, mas não é o que acontece? Amores vem e vão. Talvez nem sempre em um ponto de ônibus, mas nunca se sabe... O amor pode estar esperando em qualquer lugar. O adeus também. Essa é a realidade que todos insistem em não querer ver. O mesmo vento que traz o "olá", traz o "adeus". O importante não é desejar que seja eterno, é fazer com que seja infinito enquanto durar.