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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Minha rosa.




Era apenas uma rosa. Uma rosa qualquer - uma rosa em meio a um jardim composto apenas por rosas. Eram rosas até onde a minha vista podia alcançar. Rosas vermelhas, rosas cor-de-rosa, rosas amarelas, rosas laranjas, rosas brancas, rosas azuis... Eram rosas de todas as cores, rosas para todos os gostos.

Uma coisa era inegável: Todas elas eram lindas. Lindas como apenas as rosas sabem ser. Todas elas exalavam os mais deliciosos perfumes, todas elas atraíam os olhares de qualquer um que por ali passasse. Menos o meu. Sim, elas eram belas... Sim, eram absolutamente encantadoras.

Mas eram rosas.

Todas elas eram iguais. Para cada rosa avistada, era possível encontrar mais algumas centenas com a mesma cor, a mesma fragrância apenas olhando ao redor. Por mais belas que fossem, aquelas rosas não me atraíam - eu queria uma rosa diferente.

Por dias e noites infindáveis, perambulei incansavelmente por aquele jardim, buscando aquela rosa. Mas por mais que buscasse, não a encontrava. Tudo parecia sempre igual - sempre a mesma perfeição pálida. Os espinhos arranhavam o meu corpo, os meus olhos ameaçavam se render ao cansaço, minha mente beirava a desistência.

Foi então que eu a avistei: Suas pétalas eram negras como a noite e macias como veludo. Seu cheiro era intenso, lento, forte, contagiante - diferente das fragrâncias suaves de todas as outras rosas. E pela sua superfície suave de revolta, uma única gota escorria: Uma gota vermelha. Uma gota de sangue. Era como se ela estivesse sempre chorando, eternamente ferida.

Exatamente como eu.

E foi então que eu entendi que aquela era a minha rosa. A rosa ideal para mim. A única capaz de despertar em meu peito algo mais que um leve aquecer. A única capaz de me enlouquecer, de me encantar, de me conquistar. E percebi que eu só não a tinha encontrado antes para aprender a dar-lhe o devido valor - aquele valor que não está na recompensa, mas na busca.

Aquele valor comumente chamado de amor.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Não minta...



Não me diga "eu te amo" se não forem essas as palavras que melhor traduzam os seus sentimentos porque eu vou acreditar. Eu vou acreditar e vai doer descobrir que tudo não passou de uma grande mentira. E vai doer ainda mais quando o telefone tocar, eu atender esperando ouvir a sua voz dizendo que sentiu saudades e ouvi-la perguntar por outro alguém. E vai doer ainda mais saber que eu vou continuar esperando você dizer que se arrepende e quer voltar, mesmo sabendo que não vai acontecer.

Não me diga que sou a única se essa não for a verdade porque eu vou me sentir especial. Eu vou me sentir especial e vai doer encarar que eu fui apenas mais uma.  E vai doer ainda mais lembrar que você é a única. E vai doer ainda mais pensar que você está dizendo a mesma mentira - a minha mentira - pra outro alguém.

Não me diga que vai estar ao meu lado para sempre se a sua intenção for partir porque eu vou esperar que você esteja. Eu vou esperar que você esteja e vai doer acordar em uma manhã qualquer e não sentir você ao meu lado para me aquecer. E vai doer ainda mais encarar o fato de que essa partida não tem um retorno previsto. E vai doer ainda mais perceber que eu fui tão importante que você sequer me disse "adeus".

Prefiro que me diga as mais duras verdades que me faça crer nas mais belas mentiras... O meu coração é frágil e está em suas mãos. Será que agora você consegue ver que suas mentiras o partiram?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Cotidiano.


Acordo. Acordo . Inspiro o máximo de ar que meus pulmões me permitem. Sinto o tecido fino sobre meu corpo e as gotas de suor que se acumulam em minha testa e em minha nuca. Passo as pontas dos dedos pelos olhos ainda fechados, tentando obrigar meus sentidos a despertarem. Abro os olhos. O teto do meu quarto é branco, as prateleiras são marrons, alguns finos raios de sol penetramo ambiente pelas cortinas entreabertas.

Ergo os braços, buscando tocar o infinito azul que sei que se esconde por trás daquela prisão branca - o meu lar. Meus dedos movem-se debilmente no ar, fechando-se sobre o nada e puxando-o para mais perto de mim. Desisto. Faço algum esforço para sentar sobre o colchão macio, abandonando definitivamente o mundo dos sonhos. Paro. Sinto falta de algo.

Sinto dor. Meu peito sofre, grita, se angustia. Meu coração é tomado por uma tristeza tão grande que sinto que não posso respirar - mesmo assim, continuo respirando. Lágrimas se acumulam nos cantos dos meus olhos e escorrem pela minha face - por que lágrimas? Busco. Perco. Suspiro.

Percebo que sinto falta de você.

Levanto da cama e caminho lentamente até a janela, as beiradas da ferida em meu peito ardendo. Sinto o vento matinal em meu rosto. Tento sorrir, mas outra lágrima escorre - uma lágrima de sangue, bem no fundo do meu peito. Sussurro um perdão ao vento e peço a ele que leve essa simples palavra até você.

Percebo que gosto mesmo de você...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ela cresceu...



Ela chorou e sorriu, gritou e suspirou, quis estar só e quis seus amigos, abraçou seu bichinho de pelúcia e deitou no colo da sua mãe, perdeu e pensou ter ganhado, mentiu para os outros e mentiu para si, tentou e errou, fingiu desistir e voltou, correu na chuva e esperou no sol, abraçou e desejou ser abraçada, quis segurar uma mão e não teve coragem, sentiu e desejou esquecer, leu e escreveu, escondeu e confessou, esperou e cansou, enlouqueceu de amor.

Ela esqueceu que havia vida além daquele sorriso, esqueceu que havia estrelas que brilhavam mais que aquele olhar, esqueceu que diversas mãos estavam estendidas em sua direção, esqueceu que o tempo passa, esqueceu que as feridas cicatrizam, esqueceu que as portas se abrem, esqueceu que o mundo não precisa de amores perdidos para girar.

Ela pensou que fosse morrer de dor, mas não morreu.
Ela pensou que jamais fosse esquecer, mas abriu os olhos.
Ela pensou que jamais fosse se apaixonar, mas percebeu que estava deixando de lado alguém muito melhor.

Talvez ela ainda chore de vez em quando. Talvez seu coração ainda doa um pouco. Talvez ela ainda tenha muito para crescer e amadurecer antes de poder dizer com todas as letras que esqueceu aquela paixão que só lhe causou sofrimento e só lhe deu ilusões. Talvez ela ainda ame, mas ela não quer mais.

Ela aprendeu o que é bom pra ela – e aquela paixão não era.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Um pouco de revolta!



Sabe, hoje eu cansei. Cansei de ouvir calada, cansei de engolir as respostas, cansei de esconder as lágrimas. Porque o engraçado é que magoa. Mesmo sabendo que não é direcionado a mim, é como se fosse. E dói ouvir isso tudo e ter que manter as palavras trancadas na boca. Então eu vou falar. Eu vou falar e não ligo pra quem não quiser ouvir, pra as respostas que vão me dar. Hoje eu quero simplesmente falar.

Afinal, qual o grande problema das pessoas? Se tem uma coisa que eu ainda não fui capaz de entender é a reação das pessoas à homossexualidade. Não importa quantas horas do meu dia eu gaste pensando a respeito, nunca chego a uma conclusão satisfatória. Afinal, qual é o grande problema em gostar de pessoas do mesmo sexo?

Eu não entendo. Algumas pessoas gostam de brócolis, outras gostam de pizza e eu nunca vi um grupo agredindo o outro por isso. Algumas pessoas gostam de Globo, outras de Record e eu nunca vi um grupo agredindo o outro por isso. Algumas pessoas gostam de pessoas do sexo oposto, outras gostam do mesmo sexo e é comum você ver demonstrações de preconceito por algo tão simples. Desde piadas ridículas até agressões físicas.

Em que ofende uma pessoa o fato de eu gostar de garotas em vez de garotos? Por que eu tenho que ser tratada como uma doente pelo simples fato de que é uma garota que faz meu coração bater mais forte? Por que todos tem que receitar "explicações" e "curas", como se eu estivesse morrendo e não apenas amando? O que alguém tem a ver com isso?

É ridículo alguém pensar que os homossexuais não possuem a mesma capacidade que os heterossexuais. É ridículo alguém pensar que os homossexuais são inferiores. Opção sexual não muda caráter. Não é quem você ama que define quem você é, são suas atitudes. Respeito é bom e todo mundo gosta. Respeito é bom e todo mundo merece. Não estou pedindo que ninguém concorde com a homossexualidade, estou pedindo apenas que as pessoas aceitem e respeitem. Não é doença, não muda caráter, não torna ninguém melhor ou pior e não serão palavras preconceituosas que farão alguém mudar sua opção.

"Se essas paredes falassem
Se contassem cada vez
Que sonhei viver em outro lugar
Onde Marte ama Marte
E Vênus pode passear
De mãos dadas com Vênus sem se preocupar
Com o vento covarde
Que me deixa até tarde
Com medo e sem saber se você vai voltar
Será que sou errado
Por querer estar ao seu lado
Em jardins onde as flores não envenenam o ar?"
[Se Essas Parede Falassem - Dance Of Days]

-x-

Perdoem o desabafo... Nada como botar pra fora o que está nos sufocando. ^^
Espero que gostem do novo layout do blog! Créditos à Dessa e ao João, meus anjos. <3'